B.omB.ando o B.ordel
“O negócio é levar vantagem em tudo, certo?”
( frase de Gerson, ex-jogador da seleção brasileira em anúncio
de cigarros, na década dos anos 70)
*Vitor Hugo Noroefé
No ano passado, foi a Sandy que declarou que adorava sexo anal. A declaração vazou antes de a revista Playboy cair nas ruas e nas graças do populacho. Logo a crooner sertaneja tratou de desmentir o ato e o fato. Entre o disse e o não disse, quando a Playboy saiu da gráfica suas vendas estavam acima do normal. Faltou revista das coelhinhas nas bancas. E muitos marmanjos ficaram sem as declarações de Sandy, que recebeu apoio emocional de artistas, cantores e lambe-botas de plantão. Mais tarde, alguns jornalistas descobriram a farsa. Sandy entrava para os anais (opa!) da história da imprensa brasileira como mais um golpe baixo da indústria publicitária.
Agora é a vez de a Rede Globo mostrar sua astúcia. Embora essa seja uma frase do personagem Chaves, no SBT, “não contavam com minha astúcia”, serve muito bem para ilustrar a estratégia global. O programa BBB que já vinha perdendo audiência e recebendo nas redes sociais toda a espécie de crítica salvou a bandeira náufraga com mais um escândalo: o suposto estupro da participante Monique Amin, de 23 anos. O acusado é o modelo Daniel Echaniz, de 31 anos. Toda a história começou nas redes sociais, com o vídeo em que Daniel, embaixo do edredom com Monique – possivelmente bêbada - demonstra a eficácia de sua “berinjela” (também filmada e divulgada na web), noite adentro, com a moçoila.
E não se enganem, caros b.b.babacas, isso tudo é apenas mais uma estratégia do marquetingue para aumentar audiência e coletar admiradores. Nem adianta o chilique de feministas indignadas ou moralistas e defensores de direitos humanos, nem dos arroubos daqueles que defendem uma democratização do sistema midiático. Isso tudo é só uma questão de grana. O alcoviteiro do BBBordel, Pedro Bial – que já foi jornalista, poeta e que hoje é apenas cafajeste – já avisou que não houve nada demais. Foi só um deslize, segundo o funcionário da Rede Globo de Televisão, normal entre duas pessoas que dividem uma mesma cama, um edredom e uma noite, pós-biritada. Em sua primeira aparição Bial disse apenas que “o amor é lindo”. Quando a chapa esquentou, com as argumentações do estupro e a Globo expulsou Daniel, o alcoviteiro reduziu tudo a uma atitude relativa ao “comportamento inadequado” do participante. Palmas, anunciantes!
E deixemos de hipocrisia: o que pode haver num bordel além de sexo? Só umas bebidinhas, umas cafungadas e sexo, muito sexo, não é mesmo? E quando isso ainda premia com um milhão de reais, o que mais se pode esperar? E quando isso é a chance para os escolhidos entre os mais de 100 mil esperançosos que se escreveram, que regras podem conter os ânimos? Tempo é dinheiro. E o Grande Irmão sabe muito bem disso. Tanto que em sua décima segunda edição deixa de lado, qualquer decência. Negócio é negócio: que Monique seja considerada prostituta e Daniel estuprador é o menor problema. Problema mesmo seria falta de grana ao Grande Irmão, que só pode ser rentável se houver audiência. E circo para ser bom mesmo, precisa de palhaço com talento.
Outra coisa: é papo furado essa arruaça que quer moralização da atuação da Rede Globo de Televisão em terra brasilis. Em seus quase 50 anos ditando normas e comportamentos no Brasil, a rede de rádio, jornais e televisão da família Marinho nunca teve essas preocupações mundanas. Cresceu com apoio da milicada e segue dando as cartas apoiada pelo que há de mais torpe no mundo: o lucro. E todo mundo sabe que lucro não pode conviver com nenhum método que se pretenda ético. Então, nada de chavecos moralizantes. A idéia recorrente de ter lucro a qualquer preço, de vencer por qualquer método, de manter-se no topo, não aceita jogar com outras regras que não sejam a de “levar vantagem em tudo, certo?”.
*Vitor Hugo Noroefé é produtor de textos e detetive social
vhnoroefe@hotmail.com
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
27 janeiro 2012
BBB - ( bombando o bordel ) pelo detetive social
Advogado, paulistano, professor de direito, defensor de direitos humanos. Bacharel pela PUC -SP em 1974, pós graduado em Direito Notarial, Registros Públicos e Educação Ambiental. Defensor de quilombolas, caiçaras, indígenas, pescadores artesanais... Edita o Expresso Vida.
Autor de diversos livros jurídicos.São incontáveis os artigos jurídicos publicados em revistas especializadas, jornais etc. Integra a Academia Eldoradense de Letras,Academia Itanhaense de Letras. Titular da cadeira nº 35 da Academia São José de Letras. Integra o Instituto dos Advogados de Santa Catarina. É presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB-Sc. Consultor nacional da Comissão de Direito Notarial e Registraria do Conselho Federal da OAB.Foi presidente por dois mandatos da OAB-TO - Gurupi. Sócio desde 1983 do Lions Clube Internacional. Diretor de Opinião da Associação Comercial de Florianópolis. Sócio de Pugliese e Gomes Advocacia. CIDADÃO HONORÁRIO DA ESTANCIA DE CANANÉIA, SP.
www.pugliesegomes.com.br
Residente em Florianópolis.
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