Juiz interdita obras da Vale no MA e PA por causa de
ação de empresa falida pela mineradora
Numa decisão corajosa, o juiz Luiz Gonzaga Almeida Filho, respondendo pela 9ª Vara
Cível de São Luís, determinou a interdição de obras da Vale no Maranhão e Pará
tocadas até ano passado pela WO Engenharia. Maior empresa de construção pesada
do estado e uma das maiores do Norte/Nordeste, a WO Engenharia “quebrou” por
conta de uma sequência de “calotes” aplicados pela mineradora, segundo seus
proprietários.
O caso ganhou repercussão nacional através do
blog, que enumerou outras empresas em vários estados vítimas da mesma prática da
Vale.
Diretores da mineradora chegaram a ser ouvidos em audiência pública na
Assembleia Legislativa, mas se recusaram a comparecer a debate idêntico
realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A decisão do juiz paralisa obras nos municípios
de Alto Alegre do Pindaré, Buriticupu, Açailândia, Cidelândia, todos no
Maranhão, e Bom Jesus do Tocantins, Marabá e na Serra dos Carajás, no Pará, onde
a WO Engenharia mantinha escritórios e canteiros de obras.
O objetivo primeiro é resgatar equipamentos e
maquinários da construtora que ainda estariam no local – tratores, caminhões,
compressores, máquinas de xerox e cerca de 30 mil metros de andaimes. Além de
“quebrar” a WO Engenharia, a Vale ainda impede que seus sócios tenham acesso ao
que sobrou da empresa.
A mineradora alega que o material serviria para cobrir
despesas com o fim do contrato. Segundo os donos da construtora, os escritórios
foram depredados. Se resgatados em condições de uso, os equipamentos serão
vendidos para o pagamento de dívidas. A WO Engenharia tinha contrato de cerca de
R$ 60 milhões com a Vale. Hoje deve cerca de R$ 32 milhões a fornecedores, além
de estar sendo alvo de dezenas de ações trabalhistas. A construtora tinha cerca
de 2,5 mil empregados no Maranhão e Pará. Todos tiveram de ser demitidos.
Luiz Gonzaga Almeida tomou a decisão em tutela
antecipada (sem ouvir a outra parte) também para que peritos possam calcular o
prejuízo da construtora.
A empresa realizava obras chamadas de “integridade” da
Ferrovia Ferro Carajás (acostamentos, contenções, muros de arrimo, serviços de
drenagem etc). No entanto, por conta das chuvas e da intervenção de outras
firmas, o trabalho dos peritos pode não conseguir apurar o que foi realmente
feito pela WO Engenharia.
“Não posso deixar de amparar e salvaguardar o
direito da autora em reaver seu maquinário e equipamentos, situação que vem
comprometendo, substancialmente, a ‘existência’ da empresa prejudicada. No
presente caso, evidencia-se que o objeto da lide precisa ser mantido preservado
a fim de se garantir uma correta avaliação, via pericia técnica, dos serviços e
quantitativos das obras em questão. Tal medida subsidiará uma correta prestação
jurisdicional”, diz o juiz na sentença.
A WO Engenharia ajuizou processo contra a
mineradora no final do ano passado. Cobra R$ 129,2 milhões por perdas e danos e
mais R$ 30,2 milhões de multas contratuais. A empresa quer ainda indenização
pelo o abalo a sua imagem, cujo valor deve ser arbitrado pela Justiça.
“Essa decisão mostra que a gente está no caminho
certo e não estávamos mentindo. Além do resgate da empresa, nossa maior
preocupação é com o pagamento dos nossos fornecedores, trabalhadores e
colaboradores”, disse Osmar Fonseca dos Santos, um dos sócios da WO
Engenharia.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
( Fonte: Blog do Décio, 13 de março
2012 )
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
17 março 2012
Obras da Vale interditadas !
Advogado, paulistano, professor de direito, defensor de direitos humanos. Bacharel pela PUC -SP em 1974, pós graduado em Direito Notarial, Registros Públicos e Educação Ambiental. Defensor de quilombolas, caiçaras, indígenas, pescadores artesanais... Edita o Expresso Vida.
Autor de diversos livros jurídicos.São incontáveis os artigos jurídicos publicados em revistas especializadas, jornais etc. Integra a Academia Eldoradense de Letras,Academia Itanhaense de Letras. Titular da cadeira nº 35 da Academia São José de Letras. Integra o Instituto dos Advogados de Santa Catarina. É presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB-Sc. Consultor nacional da Comissão de Direito Notarial e Registraria do Conselho Federal da OAB.Foi presidente por dois mandatos da OAB-TO - Gurupi. Sócio desde 1983 do Lions Clube Internacional. Diretor de Opinião da Associação Comercial de Florianópolis. Sócio de Pugliese e Gomes Advocacia. CIDADÃO HONORÁRIO DA ESTANCIA DE CANANÉIA, SP.
www.pugliesegomes.com.br
Residente em Florianópolis.
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