OCUPAÇÃO DO VALE DO RIBEIRA – breve histórico
O litoral da Baixada do Ribeira era habitado por índios
seminômades que se dedicavam a caça, a pesca e a agricultura itinerante de
mandioca e foi visitado por exploradores e colonizadores no início do século
XVI. Caso da expedição de 80 homens organizada por Martim Afonso de Sousa para
explorar o interior em busca de ouro e prata.
Nesse primeiro período de exploração mineral surgiram os dois núcleos
embrionários do Vale do Ribeira: as vilas litorâneas de Cananéia e Iguape, cuja
economia se baseava na lavoura de subsistência e na atividade pesqueira.
A partir do século XVII , iniciou-se uma ocupação mais
intensa do interior em busca de ouro. Com o intenso fluxo fluvial no rio
Ribeira de Iguape começou a colonização em suas margens e surgiram as cidades
de Sete Barras, Juquiá, Ribeira e Jacupiranga entre outras.
A descoberta de minas de ouro contribuiu ainda mais para
o fim do isolamento do interior. A articulação fluvial entre Iguape e os
núcleos surgidos rio acima, conferiu à cidade grande importância estratégica e
seu porto adquiriu grande relevância nacional.
Mesmo tendo perdido o posto de principal atividade
econômica no decorrer do século XVII em decorrência da descoberta de minas em
outras regiões, a exploração do ouro se estendeu até o início do século XIX.
Iniciou-se assim o desenvolvimento da agricultura e o
porto de Iguape, responsável pelo escoamento de produtos e pela ligação
econômica da região com o resto do país, passou a ser considerado um dos mais
importantes do país.
O arroz tornou-se o principal produto agrícola, com a
utilização de mão de obra escrava, e passou a ser exportado para mercados
europeus e latino-americanos. O crescimento da demanda fez com que fosse
necessário facilitar o escoamento da produção arrozeira pelo porto de Iguape e
baratear os custos com fretes. Por essa razão, em 1825, foi construído o Canal
de Valo Grande, interligação entre o rio Ribeira de Iguape e o Mar Pequeno.
No entanto, as oscilações do mercado e a dificuldade em
repor fatores de produção, combinados com a expansão das lavouras de café e a
abolição do tráfico de escravos, contribuíram, no inicio do século XX, para o
colapso da produção de arroz e a conseqüente estagnação econômica. A economia
do Vale regrediu voltando ao estágio de agricultura de subsistência, que se
prolongou e foi responsável pela acentuada decadência econômica regional.
No início do século XX começaram as culturas de banana e
chá. A partir dos anos 1960, a construção de estradas de asfalto facilitou a
chegada à região, contribuindo um pouco para o desenvolvimento local. A
duplicação da BR-116, que ainda não está terminada, pode ser considerada mais
um passo para a integração do vale aos centros urbanos.
Ainda na década de 1960 a importância ecológica da Bacia
do Rio Ribeira de Iguape passou a ser reconhecida e foram criadas diversas
áreas de reserva e proteção ambiental, fundamentais na preservação da
biodiversidade do local. Essas áreas de proteção, entretanto, acabaram por
afetar a população nativa que ficou privada do uso da terra e daquilo que
garantia seu trabalho e subsistência.
Além disso, as áreas florestais da região vêm sendo
desmatadas, para a implantação de pastos, plantio de seringueiras, cacau,
banana, ou mesmo para a retirada de madeira e carvão vegetal – atividade estimulada
a partir do ciclo de desenvolvimento que se instalou no País na década de 1960.
A agricultura continua sendo a principal atividade
econômica e fonte de renda da população do Vale. Em sua faixa litorânea, contudo,
a pesca exerce papel fundamental na ocupação e desenvolvimento econômico das
comunidades locais. Os principais produtos comercializados pelos pescadores são
o camarão e a ostra, além de crustáceos e pescados. As culturas mais presentes
nas lavouras do Vale, por sua vez, são a banana e o chá preto, que ocupam áreas
mais extensas e têm maior relevância do ponto de vista comercial. Atividades de
pecuária também são registradas em algumas localidades.
A banana, por exemplo, é cultivada em quase todos os municípios,
por grandes e pequenos produtores. No entanto, aos pequenos agricultores faltam
opções que visem agregar valor ao produto bruto. O trabalho com os subprodutos
da banana, que representaria uma possibilidade de aumento de renda, ainda é
incipiente.
Embora a agricultura predomine, o litoral e o interior
possuem especificidades econômicas em conseqüência da localização geográfica e
também do modo de ocupação. A área litorânea ocupada predominantemente pela
população caiçara e algumas aldeias de índios guarani se dedicam mais à
atividade pesqueira em canal ou mar aberto. Já no interior, onde predominam as
comunidades quilombolas, a cultura da banana representa a principal atividade.
Existe ainda um setor secundário regional caracterizado
por reduzido número de estabelecimentos que absorvem pouca mão-de-obra, com
destaque para a exploração de fosfato e calcário, predominante nos municípios
de Cajati e Apiaí. Grande número de produtores familiares desenvolvem
agricultura de subsistência. A pecuária é incipiente.
( Fonte = Diário de Iguape )
Conselho Editorial (inspirado) Carlos H. Conny, presidente; M. Covas, Miguel S. Dias, W. Furlan, Edegar Tavares, Carlos Lira, Plínio Marcos, Lamarca, Pe. João XXX, Sérgio Sérvulo da Cunha, H. Libereck, Carlos Barbosa, W. Zaclis, Plínio de A. Sampaio, Mário de Andrade, H. Vailat, G. Russomanno, Tabelião Gorgone, Pedro de Toledo, Pe. Paulo Rezende, Tabelião Molina, Rita Lee, Izaurinha Garcia, Elza Soares, Beth Carvalho, Tarcila do Amaral, Magali Guariba, Maria do Fetal,
31 março 2012
RIBEIRA = informações históricas
Advogado, paulistano, professor de direito, defensor de direitos humanos. Bacharel pela PUC -SP em 1974, pós graduado em Direito Notarial, Registros Públicos e Educação Ambiental. Defensor de quilombolas, caiçaras, indígenas, pescadores artesanais... Edita o Expresso Vida.
Autor de diversos livros jurídicos.São incontáveis os artigos jurídicos publicados em revistas especializadas, jornais etc. Integra a Academia Eldoradense de Letras,Academia Itanhaense de Letras. Titular da cadeira nº 35 da Academia São José de Letras. Integra o Instituto dos Advogados de Santa Catarina. É presidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB-Sc. Consultor nacional da Comissão de Direito Notarial e Registraria do Conselho Federal da OAB.Foi presidente por dois mandatos da OAB-TO - Gurupi. Sócio desde 1983 do Lions Clube Internacional. Diretor de Opinião da Associação Comercial de Florianópolis. Sócio de Pugliese e Gomes Advocacia. CIDADÃO HONORÁRIO DA ESTANCIA DE CANANÉIA, SP.
www.pugliesegomes.com.br
Residente em Florianópolis.
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