Memória nº 69
O pic nic na beira
do Ribeira.
Ao longo dessas décadas de vida Lourenço construiu valioso patrimônio
de sólidas amizades. Sem exagero, guarda consigo precioso rol de conhecidos, colegas e amigos
que o acompanham na sua trajetória por longa data.
Trajetória tortuosa que de
São Paulo traçou rotas diversas pelo imenso país, vivendo momentos igualmente
distintos com gente alta, baixa, gordos e magros, feios e lindos... enfim,
ricos e pobres, cultos e incultos das mais diferentes rodas e quadrados da
sociedade.
Alguns desses amigos já
completaram mais de 50 anos de estreita amizade. Aliás, essas relações sociais
por tantos anos, se traduzem inexoravelmente em amizade, pois se não o fosse, o
laço estaria rompido e não se projetaria por longa data.
Com tantos amigos e tempo de
vida restam lembranças do passado que merece registro. Uma dessas história se
deu em Eldorado.
Foram à Caverna do Diabo com
as namoradas. Visitariam a caverna e fariam um pic nic em algum canto do parque
estadual ou na estrada.
Saíram cedo de São Paulo e
depois de rodar mais de 300 quilômetros, parte pela BR116, então com pista
única nos dois sentidos e quase 90 quilômetros em estrada sem pavimentação,
chegaram ao monumento natural.
(...)
As meninas ficaram encantadas
com a beleza. Valera o sacrifício. Eles já conheciam e apreciaram mais uma vez
os estalaquitites, corredores, morcego cegos que voam perdidos pelas
galerias... Ouviram atentamente a história do bagre cego, um peixe que vive na
escuridão do riozinho que construiu durante milênios a caverna... Ouviram do
guia turístico histórias e outras informações.
O lanche resolveram fazer
num canto da estrada, antes de chegarem
à Eldorado. Havia muita gente nas imediações da caverna que tiraria a liberdade
dos casais.
Seguiram a viagem de volta
procurando um cantinho aprazível para degustarem os quitutes que as namoradas
prepararam. E numa curva qualquer observaram espaço razoável para estacionarem
e se instalarem aproveitando a sombra de algumas arvores e com a visão
pitoresca do rio Ribeira de Iguape.
Manobraram, estacionaram e
desceram. Já abriam o porta-malas do fusquinha, quando escutaram tiros... e
perceberam que eram dirigidos à eles... que sem pensar, fecharam tudo e
zarparam sem olhar para trás.
(...)
Começara a chover e
resolveram andar mais de pressa dada as condições da estrada... e não teve pic
nic. Nunca mais houve qualquer pic nic com o Gil, a Regininha e Lourença namorada ...
mesmo sendo o grupo unido e viajando juntos por diversos cantos.
Noutra ocasião, já eram
casados e foram à Atibaia passar um final de semana num aprazível hotel
fazenda. Chegaram por volta da meia noite de alguma sexta feira.
Lourenço, com a mulher e
Lourenço Jr. vieram de Itanhaém, passaram no apartamento dos amigos e seguiram
viagem... Ao se apresentarem no hotel, por coincidência Lourenço começou falar
com uma das mãos numa das orelhas, acompanhado de Gil e de Lourenço Jr., que
sem combinarem assim conversaram com o porteiro do hotel.
No dia seguinte, vagando que
estavam pelos caminhos, trilhas e estradas do hotel e proximidades encontraram
com o porteiro da noite anterior, que ao vê-los, de pronto colocou uma das mãos
numa das orelhas os imitando...
Nessa ocasião andando pela
cidade encontraram um moveleiro de peças antigas e Lourenço comprou u’a mesinha
de madeira com um suporte de mármore. Gil, consertou a peça que tinha algum
defeito que propiciara minorar o preço... e esse móvel se encontra no seu
escritório servindo de suporte para seu telefone fixo.
Roberto J. Pugliese
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São
José de Letras
Depois do susto , rimos muito sempre que nos lembramos dessa aventura com amigos queridos demais!!
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