Memória nº73
A casa mal
assombrada.(?)
Lourenço era professor de
Direito das Coisas na Fafich, escola superior de Ciencias Jurídicas,
pertencente a uma fundação municipal e presidente da OAB. Era muito conhecido e
bem relacionado.
Lourença esposa quase que
diariamente saia cedinho de casa para levar Lourenço Jr. no colégio e seguir
para a Academia de Ginástica, enquanto Lourenço permanecia ainda dormindo,
levantando por volta das 8 horas da manhã.
A casa tinha copa próximo ao
quarto do casal e a cozinha era fora do prédio principal, junto ao alpendre que
circundava em meia lua toda a construção. Na copa havia a mesa de refeição e a
geladeira e o freezer entre outros móveis.
Praticamente todas as janelas
da casa permaneciam abertas dia e noite seguidamente dada a temperatura elevada
e todas eram gradeadas por segurança.
Certa manhã, a casa vazia,
Lourenço dormindo, acorda com um barulho intenso de prato e vidro quebrando.
Corre até a copa, ou seja, abre a porta do quarto e nada. Apenas a porta da
geladeira aberta e alguns mantimentos estilhaçados no chão. Sujeira geral.
Dia seguinte a mesma coisa.
No outro idem... Enfim, para encurtar a história, Lourenço pediu a um policial
seu aluno que ficasse de campana nas imediações e Lourença esposa chegou a
pensar em benzer a casa.
Tudo se repetia. Barulho,
sujeira, copos quebrados. Garrafas estilhaçadas, geleias nas paredes... bagunça
e sujeira total, sem que houvesse ninguém em casa.
Não havia pista do que
poderia ser. Nem as marquinhas de um mini dedinho levava a saber o que se
tratava, pois eram menores que de uma criança de berço. Permaneciam intrigados.
Ademais não eram perceptíveis com plena segurança tratarem-se de dedos.
(...)
Naquela semana antes da
reunião do Lions Clube de Gurupi, por alguma razão um dos sócios comentou a
respeito de uma amiga que residia nas proximidades de Lourenço, que cria um
macaquinho que diariamente foge pela manhã.
- Ela se preocupa pois a
vizinhança já reclamou que ele invade as cozinhas, quebra louças, potes de
sucos...
(...)
A partir daquela noite a paz
voltou a reinar. Fecharam as janelas e o macaquinho não mais assustou ninguém.
Roberto J.
Pugliese
Presidente da Comissão de
Direito Notarial
e Registros Públicos –OAB-Sc
Sócio do Instituto dos
Advogados de Santa Catarina
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