21 dezembro 2013

Exemplo de cidadania. ( Garrastazu Medici x Carlos Marigehella )


PROCESSO ELEITORAL MUDA NOME DE ESCOLA.

A nota deveria estar estampada em todas as páginas principais dos principais jornais do pais, mas se quer na imprensa da Bahia saiu: Marighella desbanca Médici e vira nome de escola em Salvador.

Numa eleição histórica a comunidade do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, decidiu que a instituição deve ser rebatizada como Colégio Estadual Carlos Marighella.

Os eleitores, na maioria alunos, deram 406 votos (69%) a Marighella e 128 ao geógrafo Milton Santos. Os nulos foram 25, e os brancos, 27. O resultado será encaminhado à Secretaria da Educação da Bahia, para que o Estado promova a alteração.

O colégio foi inaugurado em 1972, quando o general gaúcho Médici (1905-85) ocupava a Presidência da República, sem ter recebido um só voto popular. Seu governo (1969-74) marcou o período de maior repressão e falta de liberdades na ditadura imposta em 64.

O guerrilheiro baiano Carlos Marighella (1911-69) foi declarado pela ditadura, em novembro de 1968, “inimigo público número 1”. Militante comunista na maior parte da vida, ele se incorporou em 67 à luta armada contra o regime. Fundou a maior organização guerrilheira de combate à ditadura, a Ação Libertadora Nacional, ALN.

Foi assassinado em 1969, no governo Médici, por ao menos 29 membros da polícia política armados até os dentes. Desarmado, Marighella não portava nem um canivete. Em decisões de 1996 e 2011, a União reconheceu que o “inimigo” poderia ter sido preso vivo, assumiu a responsabilidade por seu homicídio e pediu perdão à sua família.

O outro candidato da eleição, o geógrafo baiano Milton Santos (1926-2001), foi um dos pensadores brasileiros mais brilhantes do século XX. Perseguido pela ditadura, foi obrigado a passar mais de uma década no exílio, inclusive durante a administração do general Médici.

Milton Santos e Carlos Marighella eram afrodescendentes. Médici era branco.

O pleito foi coordenado pelo colegiado da escola, composto por professores, funcionários, estudantes e pais de alunos _segmentos que tiveram direito a voto. Ninguém propôs manter na cédula o nome atual _insatisfeitos com as opções votaram branco e nulo. O colégio Médici é de ensino médio e profissionalizante.

O Expresso Vida a par de aplaudir a coragem da direção da escola baiana sugere que no Rio de Janeiro e em Uberlândia, os responsáveis tomem vergonha na cara e substituam o nome dos estádios de futebol que tem o nome do bandido que sérvio à ditadura, João Havelange, inclusive por ter sido excluído da FIFA.

A sugestão do Expresso Vida é substituir pelo nome de João Saldanha no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, por Tiradentes ou outro mártir da nacionalidade brasileira.

O importante é riscar o nome de Havelange, Médici, Castelo Branco e outros tantos que serviram e foram inimigos da pátria e não servem como exemplo. Especialmente o caudilho GETÚLIO VARGAS.

Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.br
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Sócio do Instituto dos Advogados  de Santa Catarina

 

( Fonte:  Mário Magalhães, em seu blog )

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