Futebol carioca segue para
autodestruição.
Os
clubes de futebol do Estado do Rio de Janeiro vivem o drama que de resto, todo
o Estado em todos os segmentos da sociedade fluminense, vivem que é a
inevitável decadência.
O
Rio de Janeiro é socialmente decadente. Economicamente deficitário e vive a farsa de sobreviver às
custas de favores da União desde que o Rio é Rio.
O
Rio de Janeiro caminha à passos largos para a própria destruição. Se não fossem
as empresas públicas e fundações federais que deveriam estar instaladas em Brasília,
sede do Distrito Federal; se não fossem as repartições públicas federais que se
encontram notadamente na Cidade
Maravilhosa, e principalmente se não fosse a sede das Organizações Globo
naquele Estado, o Rio, já estaria num patamar de subdesenvolvimento humano igualado
a regiões do norte mineiro e do agreste nordestino.
Não
adianta encobrir ou fingir que é exagero ou mera crítica. É a triste realidade
que aflora.
É
fato.
O
Rio sempre viveu à custa e financiamento dos outros Estados. Antes, a Colônia
Portuguesa; depois o Reino Unido, posteriormente a República até que JK
inaugurou Brasília, o Rio, a Guanabara, o Distrito Federal, nunca teve postura
própria para se manter às próprias custas.
Aliás,
o Rio de Janeiro tem todas as características para ser desmembrado em três e
não um único, pois culturalmente, o norte fluminense é bem diferente do que a
serra e o sul e a Cidade Maravilhosa,
com o seu esplendor que a natureza a brindou, se distingue radicalmente do
restante do Estado.
A
diferença é tão acentuada que o carioca se refere ao povo do interior, como
pessoal do Estado do Rio, numa alusão a distinção entre o carioca e o
fluminense.
E
o seu futebol como consequência também está caminhando para a triste realidade.
Se outrora, quando Distrito Federal, através da massificante publicidade os
clubes da região metropolitana, se destacavam, agora só sobrevivem, com
torcidas espalhadas por todo o país, pelas publicidades diretas e indiretas
através das inúmeras mídias e da imprensa promovida pelas Organizações Globo.
E
a Globo que segue decadente, aos poucos vem perdendo fôlego em difundir os
poucos clubes do Rio que ainda se destacam, mudando o foco dessas lentes, para
outros, de outros lugares.
E
não poderia ser diferente: No Estado do Rio de Janeiro não há se quer estádios
condizentes com a falsa impressão da grandeza daquele futebol jogado por lá.
Não há organização e patrocínio das empresas privadas e assim, não há
estrutura, faltando até estradas e aeroportos para que se tenha clubes do
interior do Estado participando dos principais campeonatos do país ou internacionais.
Uma prova do que se afirma é o número inexpressivo de títulos mundiais obtidos pelo futebol carioca: Campeão
mundial apenas o Flamengo conseguiu o feito uma única vez. E faz tempo. No
entanto, o Rio Grande do Sul, já teve dois títulos mundiais e São Paulo, seis
vezes teve seus clubes campeões, considerados os melhores do mundo. E não
faz tanto tempo.
É
preciso lembrar que o futebol carioca tem além do que foi escrito acima, a sede
da CBF que, de um ou outro modo, acaba sempre influenciando decisões de
cartolas e do TSJD. É preciso refletir sobre isso. O futebol carioca é o
espelho do que é o Estado quase falido.
Ninguém
duvida que a zona sul da cidade do Rio de Janeiro é realmente muito bonita. Tem
a plástica natural impar. Mas essa beleza, singela a zona sul, não justifica
tanta publicidade em favor da cidade, violenta e já por demais empobrecidas e
em favor do Estado que mendiga ajuda federal até para pagar a folha de seus
burocratas.
Agora,
com os dois clubes tradicionais Fluminense e Vasco da Gama rebaixados para a 2ª.
Divisão do campeonato brasileiro, o primeiro quer retornar à 1ª. Divisão valendo-se
de regras e denúncia no Tribunal de Justiça Desportiva. Com a procedência do pedido, quem será
rebaixada será a Portuguesa Desporto, clube também tradicional, mas cujo
prestigio é mínimo.
Por
oportuno o Expresso Vida mais uma vez clama para que a sede da CBF e do
Tribunal seja transferido para Brasília, para que isento realmente, deixe de
sofrer influencia de clubes e da federação carioca. Ou,
mude-se para São Paulo, onde se pratica, de longe, o melhor e mais organizado
futebol do Brasil.
O
Expresso Vida conclui, lembrando que você pode enganar muita gente por muito
tempo, mas não engana sempre todo mundo.
Roberto J. Pugliese
www.pugliesegomes.com.brpresidente da Comissão de Direito Notarial e Registros Públicos –OAB-Sc
Membro da Academia Eldoradense de Letras
Membro da Academia Itanhaense de Letras
Titular da Cadeira nº 35 – Academia São José de Letras
Autor de Terrenos de Marinha e seus Acrescidos, Letras Jurídicas
Autor de Direitos das Coisas, Leud
Sócio do Instituto dos Advogados de Santa Catarina
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