11 fevereiro 2012

Esquizofrenia na gestão pública -

Esquizofrenia na gestão pública -


O que o governo federal e os governos estaduais estão expressando com relação
ás reivindicações dos policiais militares e bombeiros pode ser traduzido assim:
policiais militares não são trabalhadores, são “coisas” das quais se utiliza
cada estado para manter suas políticas de segurança.

Os gestores do capital, sejam petistas ou de outros partidos, não querem
admitir que, embora os PMs sejam utilizados para reprimir trabalhadores, eles
também tem essa condição objetiva de assalariados/trabalhadores. O que os
gestores do capital querem é eliminar esta relação de capital e trabalho num
passe de mágica.

Ou por outro lado, que estes trabalhadores vivam um exercício
de esquizofrenia, apagando de suas vidas e mentes sua condição concreta de
trabalhadores.

Não me surpreenderia se a partir do que está ocorrendo agora, fosse levantada
a questão de se criar uma força policial militar “profissionalizada”, ou seja,
privada, a exemplo do que ocorre com as forças armadas dos EUA, cuja maioria de
seus soldados que invadem outros países são o que antes se denominava de tropas
de mercenários.

A questão de fundo, que os gestores federais e estaduais não querem enfrentar
é a de que, se tem que existir polícia para tratar com a população, esta não
pode ser “militar”, tem que ser necessariamente civil. Isto implica em eliminar
este status de polícia militarizada e de considerar estes indivíduos como
trabalhadores, com todas as contradições que isto tem numa sociedade constituída
de classes sociais em permanente conflito.

Para um estado como o brasileiro,
cuja gestão tem como modelo as grandes corporações que monopolizam a vida e a
economia do país, a opção tem sido a de tentar desconsiderar esta
realidade.

( Texto elaborado pelo Glauco Marques da Rádio Campeche )

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